quarta-feira, 28 de março de 2007

Felicidade....

"Falar o que sobre a felicidade? O que me vêm à cabeça não são idéias nem palavras. Vem um vento. Uma praia. Meus amigos. Meus pais. Meu irmão. O transe da sala escura de um cinema. Um pedaço de bolo. Um pêssego. Vem tudo óbvio, e desconexo, e fora de ordem. Vêm tantas coisas. E a preguiça de traduzí-las em idéias. E mais ainda que a preguiça, vem a sensação de que não devo mesmo trocar em palavras nenhuma dessas sensações.
Vários trocaram. Felicidade é o momento presente. Felicidade reside sempre no futuro ou no passado. Felicidade é uma direção. Não um lugar. Felicidade é um subproduto. Não se pode ser perseguida. Felicidade é a capacidade de contemplação. Felicidade é algo que pertence aos que se bastam a si próprios. Felicidade é coincidir vida e idéias. Felicidade é uma seqüência de acontecimentos aos quais não se oferece resistência. Felicidade é a ausência da dor. Felicidade é uma cidade pequenina.
De Chopra a Schopenhauer, de Sêneca a Moraes Moreira, as frases aí em cima não deixam muita dúvida. Não sabemos definir a felicidade. Temos, é verdade, umas idéias vagas a respeito dela. Temos uma noção do que ela pode ser e, sobretudo, do que ela não é. Temos, assim como o Morris Albert, uns feelings sobre ela, mas não sabemos definí-la. Felicidade pertence àquela categoria de mistérios que inclui Deus, o tempo, a morte, a beleza...E que talvez não sejam mistérios diferentes, talvez sejam um mistério só. O mistério. Mas nem isso sabemos com certeza."
- Adaptação do artigo do colunista Carlos Nader, Revista Trip -

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