É isso aí...: Igual-desigual, de Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 3 de abril de 2007

Igual-desigual, de Carlos Drummond de Andrade

Incrível Drummond....como esses fazem falta...

"Eu desconfiava: todas as histórias em quadrinho são iguais. Todos os filmes norte-americanos são iguais. Todos os filmes de todos os países são iguais.Todos os best-sellers são iguais.Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são iguais.Todos os partidos políticos são iguais.Todas as mulheres que andam na moda são iguais.Todas as experiências de sexo são iguais.Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguais e todos, todos os poemas em versos livres são enfadonhamente iguais.
Todas as guerras do mundo são iguais.Todas as fomes são iguais.Todos os amores, iguais iguais iguais.Iguais todos os rompimentos.A morte é igualíssima.Todas as criações da natureza são iguais.Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais.Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou coisa. Não é igual a nada.Todo ser humano é um estranho ímpar. "

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Meu mestre é Fernando Pessoa, isso não há dúvidas. Tenho o Saramago nas prateleiras, e todo domingo leio as crônicas da Martha Medeiros. Seria normal escrever um perfil com os dizeres de um desses mestres, mas torna-se antagônico quando me considero uma jornalista, uma grande apaixonada pela arte de escrever.
Nasci flamenguista, trago o hino rubro-negro na cabeça, e sou capaz de comprar briga com qualquer vascaíno para defender a minha nação. Sagitariana, brasileira, carioca. Podemos tentar mudar, mas as nossas raízes permanecem. Uma eterna sonhadora, sempre querendo mais, e correndo atrás dos meus ideais.
Determinada, geniosa e ambiciosa. Desmedida, impetuosa, intempestiva. Brigona, sorridente e amiga. Perco o amigo, mas não perco a piada, o humor dos trocadilhos é uma marca registrada. À vontade, gosto de estar sempre relaxada, com uma roupa confortável e um chinelo nos pés.
A praia é minha maior conselheira. O céu ouve as minhas lamúrias. As estrelas recebem meus pedidos. A música permeia os meus dias. Uma amante do sol, meu astro rei. Timidez é uma coisa que fui aprendendo a driblar, ossos do ofício. Luto pelos meus direitos, sou grossa quando tenho que ser. Tenho muitos grandes amigos.
Minha família é minha base. Meu cachorrinho é meu bichinho de pelúcia. Sou fresca com comida, mas não sou uma mulher de frescuras. Tolerância quase nula, não gosto de burrice, abomino a ignorância. Tenho o coração mole, chorona toda vida, mas durona toda vida também.
Consumista assumida, o que difere de futilidade. Gosto de coisas boas, em todos os sentidos. Devoro livros, controlo a boca, e abuso no copo. Fico sentada nas festas, paradoxalmente danço até o chão. Sou insegura, e segura ao mesmo tempo. Meu olhar me deixa nua.
Viajo com os pés no chão. Tenho sonhos de viver em um eterno mochilão. Acredito no futuro, às vezes desacredito no presente. Gosto de luxo, detesto o lixo. Acredito nas minhas mãos, e no meu dom. Confio nas minhas palavras, na minha pronúncia. Seguro as pontas, sempre, sou a fiel escudeira da maioria das situações.
Divertida, eu diria auto-divertida. Sempre falo que o sorriso é nosso maior aliado. Sorria, sempre. Impulsiva, um pouco egoísta, agitada, ansiosa. Espontânea, sagaz. Saudosista por natureza, arrependida, nunca. Justa, sem acreditar na justiça. Medrosa, sem se espantar com o medo. Acredito no amor, desacreditando.
Prazer, Débora Vargas...( e continua....)