terça-feira, 22 de abril de 2008

Lembranças...

Engraçado esse mundo das lembranças. Para todos os lados, em todos os cantos, em todas as coisas, em cada música, em cada cor, se prestarmos bem atenção, lembramos de alguém, de alguma situação, bate aquele saudosismo. Dizem que esse é um sentimento bom, e é aí que me pego estudando a minha personalidade. Na maioria das vezes, tenho lembranças de momentos de dor, seria eu uma pessimista, uma sofredora inveterada?
Bom, como disse, isso é na maioria dos casos, e, principalmente, no que diz respeito aos relacionamentos. Por que, quando um amor se acaba, ficam sempre as marcas da pessoa amada, sua cor favorita, seu time de futebol, sua casa, seu jeito de amar? Por que, quando perdemos o amor de uma pessoa nos lembramos do seu olhar, do seu toque, das suas palavras, da sua voz ao ouvido?
Toda vez que uma dessas lembranças me invade tento pensar ao contrário. Pensar nos momentos ruins, no sofrimento, na dor, nas lágrimas, nas brigas, mas, um minuto depois, já estou sorrindo, a recordar, mais uma vez, dos bons momentos, mesmo que esse amor se encontre enterrado no tempo, soterrado no espaço.
Seriam as lembranças uma maneira masoquista de nunca esquecermos um amor? Seriam as lembranças o carregar eterno de uma pessoa, em busca de uma outra, quem sabe, parecida, mesmo tendo a premissa negativa? Seriam as lembranças uma maneira de se sentir, pelo menos por um dia, amado por alguém, ao longo de algum tempo? Seriam as lembranças um martírio ao presente, no cultivo de um passado, na renegação a um futuro?
Preciso pensar um pouco...

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