Vez ou outra me pego pensando de onde vem o chamado fanatismo. Eu não sei o porquê, mas posso suspeitar, nasci rubro-negra, e, desde pequena, criada com muita educação, trago o hino rubro-negro na cabeça. Muitos diziam que era coisa de criança, depois de adolescente, mas...eu não nasci menino, não jogava bola na rua, sempre fui vaidosa, menina, mas sempre discuti sobre futebol, que graça o destino nos prega. E discutir não digo bater boca, digo levar a sério, conhecer meu time, os erros , os acertos, mas reconhecer uma grande paixão, paixão que, por vezes, tento esquecer.
Sei que, como ouvi de um professor ontem, daqui a uns anos não poderei mais ver o Flamengo jogar, só se for com um seviço de home care ao lado, tamanho nervosismo que me instaura quando o apito dispara. Domingo, principalmente esse domingo, não podia ser diferente.
Em meio a tantas provocações, em meio à disputa da Libertadores, em meio à idiota campanha lançada pela Nike, em meio ao escândalo da besta chamada Ronaldinho, em meio a isso tudo, resolvi ver o jogo sozinha, com as minhas teorias, dentro da minha superstição (Salve, Joel).
Comecei normal, até que, aos 22 do primeiro tempo, em um frango fenomenal, o reclamão, mas bom jogador, Lúcio Flávio, faz um gol mais do que inesperado. Naquele momento, pessimista, desliguei a tv. Em meio aos gritos de vizinhos, que me conhecem rubro-negra fanática, resolvi me calar e esperar, esperar por um segundo tempo.
Tomei um calmante, meditei os 20 minutos seguintes, e pensei que não seria um jogo a me tirar o sossêgo, a calma, a me desestabilizar, quanta bobagem. Mas não, não era um jogo, era o Flamengo, a minha paixão de menina, a minha paixão de mulher, uma religião, forte desse jeito, unido dessa forma.
Esperei o que era difícil, mas a reza deu certo, a reza de um Maracanã que acreditava nos pés de um, não diria despreparado, mas um Obina, um zé ninguém dos campos chamado Obina. O Flamengo, que não tem um ataque que se preze, mas uma zaga da qual nos orgulhamos, joga pelas laterais, com um Ibson que já devia ter voltado ao Porto. Era a hora de acreditar, de estar junto, e, aos pés da bolinha, ou um quibe, veio o primeiro, e o ...terceiro. Meu Deus, que alívio.
O vizinho que me perturbou mereceu o que ouviu, acho que meu maior calmante foi me agarrar às grades, e gritar com todas as forças, mais uma vez, É CAMPEÃO, ou melhor, é BICAMPEÃO, e melhor ainda, em cima de um time que chora, que acredita ser superior, mas que não decide. O time do quase, mais uma vez, não chegou lá.
Já estamos acostumados, mas não pensem vocês, anti-flamenguistas, que paramos por aí. O Flamengo não é time só de Estadual, nos vemos na Libertadores.
Até mais.
Um comentário:
e essa taça vamos conquistar
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