terça-feira, 15 de julho de 2008

Peque, eis a questão!

“Você que inventou o pecado, esqueceu-se de inventar o perdão”.
- Apesar de você, Chico Buarque –

Mas o que é o pecado, e como é concedido o perdão? De acordo com o dicionário, pecado pode ser definido como a transgressão a qualquer regra ou preceito, pode ser algo demoníaco e tentador, ou ainda pode ser uma culpa, um defeito, uma falta ou um vício.
Vejamos por partes, o que poderia ser realmente pecaminoso, que regras do jogo são essas? Que leis são essas que, se infringidas, são mais prazerosas? O pecado exime o prazer? Atire a primeira pedra quem nunca pecou. E, caso não o tenha feito, peque.
Peque por amar demais, peque por pensar demais, peque por comer demais, nem que seja um dia. Peque por rir na hora que não devia. Peque por passar dos limites em alguns momentos. Peque por ser feliz, quando o mundo parece chorar. Peque por transgredir barreiras. Peque por querer muito. Peque por saber muito. Peque por ser viciante, e viciada.
Uma coisa é certa, se nem mesmo o dicionário tem uma definição muito usual e correta do que é o pecado, que sou eu para dizer que a luxúria é um deles? Gula? Avareza? Ira? Soberba? Vaidade? Preguiça? Não considero como crimes, mas como paixões, e, como em toda paixão, transcende o limite do normal. Mas, o que seria o normal, no mundo dos diferentes?
Se conselho fosse bom não era dado, no entanto, vai lá: Seja diferente, o comum sempre cansa. Abuse numa maquiagem, abuse no tom de voz, no salto alto. Abuse no copo, no prato, abuse no jeito de ser. Ser, eis a questão. Seja você, seja só você, independente de que sua voz soe uníssona nesse mundão.