Seria cômico, se não fosse trágico. Uma empregada doméstica agredida por cinco jovens de classe média alta, confundida com uma prostituta. Um fato que não tem explicação, aparentemente. Em uma sociedade onde o que vale é a aparência, em uma sociedade onde o parecer ocupou, há muito, o lugar do ser, enfim, em uma desordem e inversão de valores é complicado uma razão plausível para a barbárie cometida por esses jovens bem nascidos.
Mas, será que é mesmo o dinheiro, o investimento na educação, será que é mesmo isso que conta na formação do caráter de um jovem? O depoimento do pai de um dos delinqüentes é errôneo ao afirmar que os meninos, que tudo tiveram e ainda têm para dar certo, não merecem ocupar o mesmo lugar que os pobres coitados meliantes.
Na cabeça de qualquer um que tem estudo, isso seria inadmissível. Mas, enquanto a diferença de classes predomina, o caráter, o famoso caráter que esse pai se referiu, o caráter é uma característica homogênea entre todos esses que atrás das grades, se a justiça for feita, ficarão.
Segundo o dicionário, caráter, em um dos seus significados, quer dizer índole, moral. Que índole, então, seria essa que levou esses filhinhos de papai a agredirem,sem mais nem menos, uma pessoa que esperava em um ponto de ônibus? (Diga-se de passagem não foi uma só) Que moral é essa que leva um pai a proferir na televisão palavras como caráter, crianças, palavras como trabalhador? É impossível engolir mais uma dessas. Bater em uma pessoa em vão é apenas mais uma fase do vídeo game da vida desses pequenos “marginais” que não estão à margem de nada. Estudantes universitários, moradores de apartamentos de luxo, andam em carros novos, e freqüentam boates da moda, e daí? Que diferença faz o ato cometido por esse criminoso “limpinho” do que o outro sujo que rouba meu celular na rua? Uma eu tenho certeza que tem, o dinheiro, e a homogeneidade está na educação.
Pais pobres se ausentam por medo, por omissão, por falta de perspectiva. Pais ricos abrem, literalmente, mão de cuidar do que colocaram no mundo. O trabalho, o lazer, as viagens, a praia, tudo isso é mais importante do que dar atenção a um filho. Deixe para a babá cuidar, afinal de contas, dinheiro não falta. Faltam os valores. Falta o caráter. Falta o limite. E,talvez, falte ainda algo muito maior, o amor. Falta a essas “crianças” a vontade de ser alguém, quando tudo é tão fácil. Falta a vontade de fazer um mundo melhor,já que eles têm o seu mundo melhor. Falta a vontade de lutar em prol de alguém ou alguns.
E, cá entre nós, será mesmo que a justiça será feita? Alguém acredita mesmo que, quando a mídia esquecer o assunto, esses jovens serão mantidos na Polinter? Parece-me que o Sérgio Cabral está mais à vontade criando um dia para o Vasco, aquele timinho cujo presidente também tinha que estar atrás das grades, do que, ao menos, tentando disfarçar uma melhor atmosfera para o Pan. Não poderia escrever uma matéria sem citar o Pan, afinal só se fala nisso...mas essa é mais uma longa discussão.
Ah, vale lembrar que duas menininhas de família também roubaram 900 reais de uma loja de peças íntimas na Barra. Seria desvio de caráter? Talvez não, seria falta de afeto, ou de porrada? Sorry, perdi a paciência...
Mas, será que é mesmo o dinheiro, o investimento na educação, será que é mesmo isso que conta na formação do caráter de um jovem? O depoimento do pai de um dos delinqüentes é errôneo ao afirmar que os meninos, que tudo tiveram e ainda têm para dar certo, não merecem ocupar o mesmo lugar que os pobres coitados meliantes.
Na cabeça de qualquer um que tem estudo, isso seria inadmissível. Mas, enquanto a diferença de classes predomina, o caráter, o famoso caráter que esse pai se referiu, o caráter é uma característica homogênea entre todos esses que atrás das grades, se a justiça for feita, ficarão.
Segundo o dicionário, caráter, em um dos seus significados, quer dizer índole, moral. Que índole, então, seria essa que levou esses filhinhos de papai a agredirem,sem mais nem menos, uma pessoa que esperava em um ponto de ônibus? (Diga-se de passagem não foi uma só) Que moral é essa que leva um pai a proferir na televisão palavras como caráter, crianças, palavras como trabalhador? É impossível engolir mais uma dessas. Bater em uma pessoa em vão é apenas mais uma fase do vídeo game da vida desses pequenos “marginais” que não estão à margem de nada. Estudantes universitários, moradores de apartamentos de luxo, andam em carros novos, e freqüentam boates da moda, e daí? Que diferença faz o ato cometido por esse criminoso “limpinho” do que o outro sujo que rouba meu celular na rua? Uma eu tenho certeza que tem, o dinheiro, e a homogeneidade está na educação.
Pais pobres se ausentam por medo, por omissão, por falta de perspectiva. Pais ricos abrem, literalmente, mão de cuidar do que colocaram no mundo. O trabalho, o lazer, as viagens, a praia, tudo isso é mais importante do que dar atenção a um filho. Deixe para a babá cuidar, afinal de contas, dinheiro não falta. Faltam os valores. Falta o caráter. Falta o limite. E,talvez, falte ainda algo muito maior, o amor. Falta a essas “crianças” a vontade de ser alguém, quando tudo é tão fácil. Falta a vontade de fazer um mundo melhor,já que eles têm o seu mundo melhor. Falta a vontade de lutar em prol de alguém ou alguns.
E, cá entre nós, será mesmo que a justiça será feita? Alguém acredita mesmo que, quando a mídia esquecer o assunto, esses jovens serão mantidos na Polinter? Parece-me que o Sérgio Cabral está mais à vontade criando um dia para o Vasco, aquele timinho cujo presidente também tinha que estar atrás das grades, do que, ao menos, tentando disfarçar uma melhor atmosfera para o Pan. Não poderia escrever uma matéria sem citar o Pan, afinal só se fala nisso...mas essa é mais uma longa discussão.
Ah, vale lembrar que duas menininhas de família também roubaram 900 reais de uma loja de peças íntimas na Barra. Seria desvio de caráter? Talvez não, seria falta de afeto, ou de porrada? Sorry, perdi a paciência...
2 comentários:
Falou tudo!!!!!!!!
ta foda de aturar!
beijos!
é minha amiga.. confesso que já tinha um tempo que não passava por aqui e justo hoje me deparo com este texto falando destas 'crianças" magricelas que espancaram uma trabalhadora que esperava um ônibus para ir ao médico. O engraçado é que esta noite eu nem consegui dormir direito depois de ler o depoimento da Sirlei Dias na Época, falando que já havia perdoado os meninos e que sentiu pena por umas "crianças" tão bonitas estarem acabando com a vida desse jeito. Não consigo olhar para a foto desses projetos de playboy e não sentir pena. Coitados!!! e os valentões que não tem nem idade prá entrar em algumas boates, mas que espancam trabalhadores choraram na prisão... Dizem que não param de chorar... eles têm medo dos moços do mal que estão presos lá também, e quem será mal nessa história?!?!?!
Um dos meninos tem um filhinho de 3 anos, coitado!!! nem assim "tomou juízo" na vida...
é minha amiga... sabia que esse assunto te tocaria da mesma forma que me tocou.. em um mundo em que, graças a Deus, até a Paris Hilton é presa, independente de como foi a sua prisão, por que uns babaquinhas da Barra não seriam???
e aqui no Brasil é diferente, bandido aqui não é igual a bandido dos seriados que esses inúteis assistem pela TV a cabo não.. e quer saber?!? Graças a Deus!!!
E que Deus cuide das nossas crianças e permitam que elas continuem vendo o Barney na Discovery Kids!!!!
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