segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

"O acaso vai me proteger, enquanto eu andar..."

“Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...

Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor

Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...”.


Belíssimas palavras de Sérgio Britto...Fidelíssima realidade que ronda nossos dias e noites, até que tum tum tum...

Para que não nos arrependamos do que fizemos, e para que na nossa lápide não venham escritos verbos no pretérito imperfeito, a idéia é viver, viver cada dia como se fosse o último, cada momento como se fosse o de mais completo gozo, e a maior completude em conluio à natureza...

Bonito esse último parágrafo, não? Na verdade, essa canção não sai da minha cabeça desde o show que assisti sábado, a união de duas bandas “monstros sagrados” do cenário rock brazuca, Paralamas e Titãs.

Ver o Herbert cantar o “Calibre”, em cima de uma cadeira de rodas, relembrar a presença de Marcelo Frommer na originalidade de diversas músicas dos Titãs, não há palavras...

Mas...”desde os primórdios até hoje em dia, o homem ainda faz o que o macaco fazia”, e devido a isso, infelizmente, ..”oh mundo tão desigual, tudo é tão desigual, de um lado esse carnaval, de outro a fome total...”

“Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo, sem saber o calibre...” esperando que “bichos escrotos saiam dos esgotos, bichos escrotos venham me pegar, meu lar, meu jantar, meu nobre paladar...”

Mas “enquanto houver sol, enquanto houver sol, ainda haverá...”, a esperança de que “todo dia o sol da manhã venha e nos desafie, traga o sonho pro mundo que já não queria...”

Porque mesmo na “lanterna dos afogados”, a gente está sempre esperando por algo que “não vai demorar...”, atrás sempre de um sonho, afinal “você tem sede de quê, você tem fome de quê?”

Fim. Mude o epitáfio.

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