Há bastante tempo não sinto uma coisa tão boa no coração. Em parte, é uma sensação de dever cumprido, mesmo sabendo que esse dever é de um direito que me tiraram, de um segundo para o outro. Explico logo aqui, em dois acontecimentos: meu osso, finalmente, deu sinais de recuperação final, o “diabinho” cresceu, e a outra notícia maravilhosa é que, pela primeira vez, a justiça tardou, mas não falhou, e meu pai conseguiu, depois de muitos recursos, o direito de tomar as caríssimas injeções para a paraplegia.
Feliz demais por estes motivos, a reflexão que me surge ainda é básica, clássica e recorrente. Estou agradecendo ao fato de termos chances de voltar à condição que tínhamos antes do setembro negro. Bato sempre nesta mesma tecla, mas sei que ela não me levará a lugar nenhum, pois o que aconteceu, foi, e eu ainda tenho 27 anos e muita vida pela frente.
As esperanças se renovam, os dias acordam mais iluminados, os olhos enxergam com mais facilidade, o corpo flui com mais leveza. Volto a crer em dias melhores. Ao lá de cima, ou ao aqui do lado, obrigada, de coração, por continuar a olhar por nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário